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Política
Vereadores manifestam-se sobre polêmica criada por ambulante em rede social
Na sessão da última terça-feira (1º), os vereadores debateram polêmica criada por um vendedor ambulante da cidade em rede social, que responsabiliza, de maneira ofensiva, oito dos nove vereadores pelo fato de ter que mudar seu ponto de trabalho. João Alberto Gaiola (PDT), José Ailton Vasco (PTN), Mário Wieczorek (PP) e o presidente do Legislativo, Fabiano Cassanta (PR), posicionaram-se em relação ao assunto, criticando a atitude do cidadão como um desrespeito ao Legislativo.
A discussão gira em torno de dois projetos de lei, propostos pela Prefeitura de Palmeira e aprovados pela Câmara, um deles em 2013, que disciplina o comércio ambulante no município e, entre outras normas, proíbe a atividade na rua Conceição, na praça Marechal Floriano Peixoto e em frente a estabelecimentos de ensino.
Na sessão, inclusive, foi aprovado projeto de lei que deixa em sentido único a rua Jesuíno Marcondes até a rua Coronel Vida para que parte do estacionamento da praça Manoel Ribas seja usado pelo comércio ambulante.
O que seria apenas um aviso de mudança de local no Facebook, transformou-se em desabafo do vendedor ambulante, que proferiu palavras ofensivas aos vereadores. “Não gostaria e muito menos aprovei a mudança e acho que nem a maioria da população palmeirense, mas como em Palmeira sempre a minoria vence, desta vez não deu outra, por causa de oito vereadores ‘filhos da p...’ vou ter que sair da Praça da Matriz”, disse o ambulante em seu perfil na rede social.
O vereador Gaiola comenta que o prefeito Edir Havrechaki solicitou com projeto de lei autonomia para regulamentar o uso do espaço público e que isso é da alçada dele. Ele lembra que o vereador Rogério Czelusniak (PTB) questionou o representante da Prefeitura, em reunião das comissões permanentes, sobre o caso específico deste ambulante. Gaiola lembra que a resposta foi de um acordo pleno e amigável com o comerciante. “Quando os funcionários da Prefeitura foram comunicar a retirada do ambulante da praça, deveriam ter nos respeitado, tinham que ter responsabilidade na relação dos poderes Legislativo e Executivo, não podiam dizer para ele que fomos nós que mandamos tirar ele de lá”, disse Gaiola.
Em explicação pessoal, Vasco disse que este assunto foi muito discutido pelos vereadores e que, a princípio, ele foi contra a mudança, mas salienta que a proposta veio do Executivo que, por isso, é injusto responsabilizar os vereadores, ainda mais de maneira desrespeitosa. “Fica minha indignação, meu aborrecimento, fui um defensor dele nas inúmeras reuniões das comissões permanentes. Também acho que o Executivo deve mostrar o que está fazendo e porque, como também que não são os vereadores quem estão tirando o comerciante da praça, mas sim, que está acontecendo uma readequação das normas para os vereadores ambulantes na cidade por iniciativa da Prefeitura”, falou Vasco.
Wieczorek concordou com os dois vereadores e acrescentou que é uma pena que o cidadão em questão não tenha consciência das funções de cada poder, no caso o Legislativo e Executivo. O vereador disse que faltou ao comerciante um pouco de interesse, considerando que o projeto de lei da Prefeitura ficou meses em discussão na Câmara e em nenhum momento ele se pronunciou sobre o assunto. “Parecia que para ele não interessava muito o resultado de realocá-lo, pois o projeto ficou em discussão cinco a seis meses e a conversa foi longa. Além disso, o vereador lembrou que funcionária da Prefeitura informou que o ambulante estava ciente do projeto de lei elaborado pelo Executivo”, observou Wieczorek.
Presidente
O presidente da Câmara, por sua vez, disse que em nenhum momento o projeto de lei falava em retirar o ambulante em questão da praça Marechal Floriano Peixoto. Cassanta lembrou de um projeto, também proposto pela Prefeitura, que visava disciplinar o serviço de taxi no município. Como houve interesse da categoria, a proposição foi discutida entre as partes. Convencidos pelos taxistas da inviabilidade do projeto, a Câmara pediu para a Prefeitura retirar o projeto. “Esse sujeito não teve a capacidade de expor seu lado e mudar nossa opinião, poderia ter vindo aqui para defender seu interesse, mas não o fez. Votamos em prol do município, não para prejudicar fulano ou ciclano”, disse o presidente, que acredita que o ambulante deveria se retratar.