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Política
Vereadores falam na sessão sobre irregularidades financeiras no Legislativo
Na sessão da Câmara Municipal realizada na terça-feira (2), a sindicância aberta para investigar supostas irregularidades de lançamentos contábeis e financeiros no Legislativo foi tema de pronunciamentos e apartes dos vereadores. Mesmo com um debate acalorado, foi unânime o apoio dos vereadores que se manifestaram à instauração do processo.
Na tribuna, o vereador João Alberto Gaiola (PDT) abriu a discussão sobre as supostas irregularidades. Ele aponta que a ausência na prestação de contas da contabilidade da Câmara do duodécimo, bem como, de um relatório mensal de gastos eram indícios que a situação não estava normal. Gaiola disse que há duas saídas para dar uma resposta para a sociedade. Uma delas é pela comissão de sindicância e a outra é pelo Ministério Público. “A comissão não pode dar um passo no indício da criminalidade, quem faz isso é o Ministério Público”, disse o vereador.
Depois, foi a vez do presidente da Câmara, vereador Fabiano Cassanta (PR), explicar que há alguns meses foram pedidos balancetes para a servidora que ocupava também o cargo de diretora financeira, mas que estes não eram apresentados. Ele afirmou que isto gerou polêmica entre os vereadores nas reuniões e, instruído pela procuradoria, solicitou um relatório das movimentações da Câmara para a gerência da Caixa, principalmente da folha de pagamento, sem exceção entre os servidores e os vereadores. “Fiquei surpreso, pois nos últimos meses identifiquei irregularidades nos salários da servidora. Preocupado, solicitei para o Controle Interno, que é o mesmo da Prefeitura, que prontamente apontou indícios e orientou a abertura de sindicância”, disse Cassanta.
De acordo com Cassanta, a comissão de sindicância iniciou os trabalhos e já levantou dados que deixam mais evidentes a existência de eventuais irregularidades. Ele conta que depósitos bancários foram identificados para empresas e pessoas que não eram fornecedores da Câmara, mas que, pelo CPF ou CNPJ contido nos relatórios da Caixa, estas pessoas são identificadas e chamadas para depor.
“Já interrogamos duas pessoas que supostamente receberam recursos públicos para pagamentos de serviços particulares da servidora em questão. Estamos fazendo tudo para dar uma resposta para a população. Doa a quem doer, se alguém utilizou do dinheiro público indevidamente terá que arcar com o ônus da devolução, do processo administrativo e criminal”, disse o presidente, que salienta que a Câmara já entrou também em contato com o Tribunal de Contas do Estado do Paraná solicitando a realização de uma auditoria.
Solidários
Em aparte, o vereador Mário Wieczorek (PP) comentou que em todos os segmentos existe a corrupção. Ele relata que quando foi presidente da Câmara, em 2012, também confiou na servidora por ser de cargo efetivo e por demonstrar que tinha amplo conhecimento na área. “Tenho certeza que todos os vereadores estão solidários com vossa excelência, que hoje está na presidência. Queria deixar claro que a verdade virá à tona e que tenho plena confiança na comissão que foi instaurada”, disse Wieczorek, que aproveitou para informar que solicitou também para a Caixa os extratos do período em que ele esteve na presidência.
O vereador José Ailton Vasco (PTN), presidente da Comissão de Economia, Orçamento, Finanças e Fiscalização, parabenizou Cassanta pela atitude de instaurar a sindicância e pediu para que a comissão vá fundo nas investigações. “Vamos juntos fazer o culpado pagar, devolver aos cofres públicos o que foi tirado”, disse ele.