O presidente da Câmara Municipal de Palmeira, vereador Domingos Everaldo Kuhn (PSC), juntamente com os membros da mesa diretiva, protocolaram na tarde de quarta-feira (23) requerimento pedindo a retirada dos projetos de lei que reajustam os subsídios dos vereadores e os vencimentos prefeito, vice-prefeito e secretários municipais, a vigorar a partir de janeiro de 2017. A decisão ocorreu devido a diversas ameaças que vereadores e seus familiares alegam ter recebido desde a sessão de terça-feira (22), como também para evitar um confronto entre os munícipes e a polícia do dia da segunda votação, em sessão extraordinária convocada para esta sexta-feira (25).

Na justificativa do requerimento, o presidente da Câmara alega a falta de compreensão por parte dos manifestantes que estiveram na última sessão plenária da Câmara Municipal. O documento aponta ainda que as famílias dos vereadores que se posicionaram favoráveis ao aumento do valor dos subsídios receberam diversas ameaças à sua integridade física. O requerimento descreve, ainda, que nas redes sociais podem ser encontradas inúmeras ameaças aos vereadores e à Câmara Municipal, como forma de intimidar a realização da sessão extraordinária.

Na quarta-feira, os servidores da Câmara limparam as marcas deixadas por ovos que foram arremessados contra a fachada da sede do Legislativo. Um vereador, que preferiu não se identificar ,também teve sua residência alvejada por ovos.

Kuhn disse que juntamente com seus familiares irão à Delegacia de Polícia de Palmeira para registrar boletim de ocorrência das ameaças recebidas. “Enquanto presidente da Câmara fiz o que a Constituição Federal estipula, que é propor a fixação dos subsídios dos vereadores, prefeito e vice, bem como os secretários municipais. Agora, faço o que minha consciência manda, peço a retirada dos projetos para proteger minha família e evitar que a população entre em confronto com a policia, como aconteceu em Curitiba, neste ano”, comentou ele.

O requerimento que pede a retirada dos projetos de lei da pauta de votações da sessão desta sexta-feira diz, também, que esta medida não reflete o posicionamento dos vereadores que votaram favoravelmente à proposta, mas, sim, uma maneira de evitar o confronto com a população e salvaguardar as famílias dos parlamentares. “Cada vereador tem uma maneira de ver a situação. Isto é a democracia. No entanto, não vejo como prudente arriscar a segurança de munícipes e dos próprios vereadores neste enfrentamento. Em minha gestão descumpriremos a Constituição Federal e não votaremos mais o reajuste do subsídio. Que fique como está”, finaliza Kuhn.

Sessão

A Câmara realiza sessão extraordinária nesta sexta-feira (25), às 19 horas, em sua sede, quando os vereadores votarão o requerimento que pede a retirada dos dois projetos de lei e também os projetos de lei convocados para votação em segundo turno.

Mesmo com o pedido de retirada dos projetos e lei da pauta de votações, muitas pessoas devem comparecer à sessão. Em um grupo de rede social, perto de 1 mil pessoas confirmaram que estarão presentes, o que é um indicativo do envolvimento da população na questão que mexeu com o município.