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Política
Corti cobra providências sobre a mortandade de peixe nos Lagos do Iguaçu
O deputado estadual Luis Corti (PSB) cobrou providências das autoridades sobre a mortandade de peixes registrada no Rio Iguaçu, especialmente no trecho situado no Sudoeste do estado. Mais de 400 toneladas de peixe comercial morreram em decorrência da superoxigenação da água após a abertura das comportas da Usina de Salto Osório. Peixes nativos também foram encontrados mortos.
Uma proposta legislativa para proteger a produção na região está em elaboração pelo parlamentar. “Estive na região dos lagos para verificar in loco e o que aconteceu é um verdadeiro crime. As autoridades ambientais e a Aneel precisam tomar conhecimento do que está acontecendo. Quem recebe a concessão tem que harmonizar a geração de energia com as outras atividades desenvolvidas no entorno e também ter uma preocupação com o meio ambiente”, afirma Corti.
Um relatório produzido por técnicos da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) aponta como causa provável da morte dos peixes embolia gasosa provocada por uma superoxigenação da água. O monitoramento da empresa detectou alterações nos parâmetros do oxigênio que passou de 70% de saturação para 120%.
O documento indica a ocorrência de três episódios de mortalidade de peixes semelhantes ao longo de um ano. Todos aconteceram logo após o registro de chuvas intensas que motivaram a abertura das comportas da Usina de Salto Osório, em São Jorge D’Oeste, para regular o nível dos reservatórios.
“Nós perdemos a produção que iria abastecer nossos clientes até fevereiro do ano que vem. É um prejuízo muito grande. Apostamos no potencial da região para a produção, temos compromissos a cumprir e não podemos ficar nessa incerteza”, ressalta Gilson Tedesco, proprietário da Alpha Fish.
Amostras de peixes, água e solo foram analisadas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária e no Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná). Foram descartadas a contaminação por agrotóxicos e doenças virais.
“Compreendemos que a abertura das comportas é uma medida de segurança e que garante a normalidade da operação da usina mesmo com o aumento do nível do rio. No entanto, os produtores da região não podem ser surpreendidos. Nós vamos criar regras para que as concessionárias levem em conta a sua produção de energia, mas que de jeito nenhum ignorem a produção de alimentos”, ressalta Corti.
A proposta prevê a elaboração de um plano estratégico de esvaziamentos dos lagos, com a obrigatoriedade de comunicação antecipada da abertura das comportas e o esvaziamento de forma gradativa, evitando grandes alterações de pressão.
A prefeitura de São Jorge d´Oeste também está acompanhando a situação e encaminhou um ofício ao gerente da Engie, concessionária que administra a usina de Salto Osório, questionando os motivos dos recentes danos causados a biodiversidade ambiental no Rio Iguaçu. “Cobramos também quais medidas serão adotadas pela empresa para evitar futuros episódios como este, além de ações imediatas para recompor a fauna nativa”, afirmou a prefeita Leila da Rocha.
A Comissão de Minas, Energia e Água, presidida pelo deputado Luis Corti, também está avaliando a ocorrência e deve trabalhar em conjunto com as autoridades para apurar possíveis responsáveis.
Foto: Orlando Kissner/Alep