Opinião

Notícia publicada segunda-feira 30 setembro 2013

Rogério Lima – Tapas e beijos

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No ano em que se completa 15 anos de lamentos pela adoção de um modelo injusto e oneroso – para a população – de concessão das rodovias públicas no estado do Paraná, uma notícia positiva causa expectativa. As pessoas ficaram desacostumadas a este tipo de situação, pois tudo o que se relaciona a pedágio é visto como negativo. Para as concessionárias, “quem paga, passa”, sem contestações.

Logo no início da história, com os preços já extorsivos praticados nas praças de pedágio, os usuários foram massivamente bombardeados com a publicidade oficial. Tanto que, em pouco tempo, uma maioria já defendia a adoção do modelo, inclusive relevando a questão do preço das tarifas e o fato de as obras e reparos iniciais terem sido bancados com dinheiro público, obtido pelas concessionárias junto ao BNDES, em condições bastante favoráveis.

Com o decorrer do tempo, as manifestações contrárias à concessão foram acontecendo, revelando a insatisfação incontida da população e aumentando a pressão sobre o governo e as próprias concessionárias. Chegou-se ao ponto de Assembleia Legislativa, logo após o “sacode” que as manifestações de rua promoveram, instalar uma CPI para investigar o modelo de concessão adotado no Paraná.

Um aperto nas concessionárias, representado pelos trabalhos iniciais da CPI, já demonstra que a atenção aos usuários já tem outra linha, mais suave. Com isto, antigas reivindicações, impressas ou datilografadas em papéis amarelados nos fundos de gavetas das direções das concessionárias começaram a ser resgatadas.

Agora, soa como música aos ouvidos, para quem mora em Palmeira, o anúncio da construção de uma trincheira sob a BR 277, ligando os bairros do Rocio e Rocio 2, bem como de um trevo no cruzamento com a rua Conceição, acesso ao bairro da Colônia Francesa. Nos dois locais que devem receber obras e melhorias, os palmeirenses cansaram de presenciar tragédias e computar vítimas.

Há um porém nisso tudo. As concessionárias incluíram obras em suas obrigações contratuais, com aval do DER. Daqui a alguns dias, encaminharão seus pedidos de reajuste das tarifas e as “novas obras” aparecerão, causando impacto nas planilhas e motivando os reajustes. Por isso é que os usuários não podem comemorar as obras efusivamente. Pagarão por elas logo mais.