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Secretaria da Saúde prepara ações para combate à dengue
A Secretaria da Saúde apresentou na segunda-feira (27) o relatório preliminar sobre as condições estruturais e de recursos humanos disponíveis para o combate à dengue no Paraná. O roteiro de supervisão, aplicado nos 399 municípios paranaenses entre junho e agosto, foi apresentado ao Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue durante a 16ª reunião do grupo em Curitiba.
O documento destaca a preocupação com municípios considerados de risco para epidemias, com índices de infestação predial (IIP) acima de 1%. De acordo com o último levantamento da secretaria, 100 municípios têm risco de epidemia e 18 deles estão em estado de alerta, com infestação predial acima de 4%.
Outro dado apontado pelo relatório diz respeito às condições de trabalho dos agentes. Neste ano, 72% dos municípios mantêm equipes com vínculo empregatício considerado estável. Para o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, as equipes fixas são essenciais para a continuidade das ações de combate à dengue durante todo o ano. “Isso foi possível graças ao repasse de recursos do Governo do Estado, de R$ 2,7 milhões em 2011, além de recursos próprios dos municípios para a contratação de profissionais via concurso público”, disse.
Temporários
Em 2011, grande parte dos agentes era contratada em regime temporário ou de forma terceirizada, o que aumentava a rotatividade dos profissionais. “Desta forma, a capacitação dos agentes também era prejudicada, pois realizávamos o curso e, meses depois, toda a equipe era substituída”, explicou a chefe do departamento de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.
A fragilidade no vínculo empregatício também possibilitava demissões em períodos críticos como o verão. Por conta da lei de responsabilidade fiscal, alguns prefeitos demitiam as equipes da dengue para conter despesas com a folha salarial municipal. “Justamente no período em que as ações deveriam ser intensificadas, o trabalho era completamente paralisado”, enfatizou Sezifredo Paz.
Comparação
A sala de situação da dengue também divulgou um boletim comparando os dados da doença entre os períodos epidemiológicos de 2010/2011 e 2011/2012. Desde 2011, o Paraná passou a utilizar uma nova metodologia cronológica para analisar os casos da dengue. O novo calendário leva em conta a curva epidemiológica da doença, que geralmente tem seu pico durante o verão. Com isso, os dados começam a ser analisados em agosto e são fechados em julho do ano seguinte.
Entre 2011/2012 foram registrados 2.400 casos de dengue no Estado, 92% a menos que no mesmo período entre 2010/2011, quando 28.511 casos foram confirmados. A redução também foi constatada no número de casos graves que caíram de 233 para 22. Em relação às mortes a queda foi de 93% (15 em 2010/2011 e uma em 2011/2012).
Segundo o coordenador da sala de situação da dengue, Ronaldo Trevisan, o período de 2012/2013 já começou com nove casos confirmados, sete autóctones e dois importados. Nenhuma morte foi confirmada desde o início do mês.