A terceira reunião ordinária do conselho gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana reuniu cerca de 70 pessoas, entre representantes do poder público e da sociedade civil, além dos 40 conselheiros da APA, para discutir o tema na última sexta-feira (11) em Palmeira.

Na abertura do evento, Marcos Levandoski, vice-prefeito e secretário de Planejamento, destacou a importância das discussões sobre a proteção e a uso sustentável do local. “A prefeitura tem intenções de instalar áreas industriais próximo a BR-376 e é necessário entender os limites da área de proteção da escarpa devoniana, pois o crescimento deve seguir um tripé da sustentabilidade, respeitando o meio ambiente, a economia e a sociedade”, explicou Marcos.

Criada em 1992, a APA passa por alguns municípios da Região Metropolitana de Curitiba, além de Porto Amazonas, Palmeira, Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Piraí do Sul, Jaguaraíva e Sengés. A área tem mais de 400 milhões de anos e aproximadamente 400 mil hectares, formando vales e cânions, entre eles o do Guartelá, que dá nome ao Parque Estadual localizado na região dos Campos Gerais. Em Palmeira a afloração rochosa mais evidente e de maior conhecimento e exploração econômica através do turismo fica na localidade do Cercado, no paredão de Nossa Senhora das Pedras.

Segundo Margit Hauer, presidente do conselho gestor da APA da Escarpa Devoniana e agrônoma chefe do Departamento Socioambiental do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a reunião apresentou a novo mapa da escarpa, visando precisar quais seriam os locais exatos para proteção. “A antiga demarcação era falha, alguns locais estavam demarcados como APA e não eram e outras que contemplavam a área estavam descobertas pelo mapeamento”, explicou.

Para o diretor de Biodiversidade e Áreas de Protegidas do IAP, Guilherme Vasconcellos, com a atualização do mapa os municípios também poderão melhorar suas políticas públicas a fim de explorar o desenvolvimento sustentável. “Além de nos auxiliar na revisão do plano de manejo da APA, esse novo mapa pode ajudar os municípios a desenvolver atividades e políticas públicas com o objetivo de valorizar e fomentar atividades que unem conservação ambiental e produção”, explicou.

Outros temas foram discutidos na reunião, como o plano de manejo e as propostas de cada município para exploração do local. Segundo Luiz Alfredo Slusarz, secretário municipal do meio ambiente e um dos idealizadores do encontro, a escarpa pode ser explorada economicamente, desde que a proposta seja apresentada para o conselho e a mesma seja aprovada e incluída no plano de manejo da área de proteção. “A escarpa devoniana ocupa 9% da área do município de Palmeira e é um local de interesse cultural, turístico e arqueológico, que pode e deve ser explorado com consciência e responsabilidade”, relatou o secretário.

Conservação

A Área de Proteção Ambiental é uma categoria de unidade de conservação que permite o desenvolvimento de atividades agropecuárias, desde que respeitando o plano de manejo e a legislação. Cabe ao Conselho Gestor, em conjunto com o IAP, orientar os produtores rurais nesse sentido. Esse trabalho, aliado ao Plano de Manejo, trará benefícios para a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da região.