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Ciclistas palmeirenses enfrentam travessia da Cordilheira dos Andes
Quatro ciclistas de Palmeira, que fazem parte de um grupo denominado Baikeiros da Lua, enfrentaram o desafio de atravessar a Cordilheira dos Andes. Ivonei Antônio Margraf, Luis Capraro, Luis Cláudio Kapp e Sergio Augusto Ciecielski encararam 11 dias de viagem, sendo seis deles para percorrer os 300 quilômetros de cordilheira e variações extremas de temperaturas e altitudes. O trajeto foi feito entre as cidades de Malargüe, na Argentina, e Curicó, no Chile.
Após alguns dias de treinamento em Caminitos, na Argentina, os palmeirenses partiram para a grande aventura, segundo os relatos de Ivonei Margraf. O início foi no dia 18 de fevereiro, em Malargüe, com uma chuva fina e temperatura amena. Foram aproximadamente 68 quilômetros, com 550 metros de subida, até a chegada em Bardas Blancas, onde aconteceu o primeiro acampamento.
As bicicletas foram levadas de Palmeira, pois os aventureiros já estavam adaptados a elas. Mesmo assim, a missão foi complicada, enfrentando a estrada irregular, com muita poeira, trecho de areia de material vulcânico e alguns trechos de asfalto.
Segundo Ivonei, a amplitude térmica variava de 30°C a -4°C em poucas horas. O forte e constante vento também levou dificuldade à pedalada, além do ar seco e rarefeito, que deixava os aventureiros com boca seca, enjôo, lábios partidos, nariz ferido pela agressão da areia e do vento.
No segundo dia, eles saíram de Bardas Blancas com destino a Lãs Loicas, numa distância de aproximadamente 38 quilômetros. No dia seguinte, foram para Rio Montañes e acamparam em Doña Ângela. Ivonei contou que, apesar do dia bonito, a pedalada foi pesada devido ao forte e gelado vento. “Acho que um quilômetro pedalado ali, vale por três aqui na nossa região”.
O quarto dia acabou em Termas del Azufre, onde os palmeirenses atingiram mais de 2.500 metros de altitude, cruzando vários rios de degelo e encarando a noite mais fria, com -4°C. No quinto dia aconteceu a etapa mais esperada, que acabou em Rio Teno. Eles subiram 65 metros de altitude e desceram 1.185 metros, tudo isso em 40 quilômetros de extensão, sendo quase todo o percurso com curvas em zigue–zague.
No sexto dia, que acabou em Curicó, foram 68 quilômetros pedalados e mais 1.020 metros de descida. Desta vez, o terreno colaborou, pois parecia ser uma espécie de asfalto. Após a última etapa os ciclistas, muito desgastados, receberam as medalhas de participação no desafio.
Apesar das dificuldades, Ivonei garante que a experiência valeu à pena pelo fato de se conquistar um objetivo, superar dificuldades, realizar novas amizades, conhecer outros locais e, principalmente, por se deslumbrar e se encantar com a “estonteante e grandiosa paisagem, que nenhuma foto ou filme poderá mostrar ou traduzir o contexto”, afirma ele.