Destaques

Notícia publicada quarta-feira 14 março 2012

Ciclistas palmeirenses enfrentam travessia da Cordilheira dos Andes

Gostou, compartilhe

Palmeirenses enfrentam travessia da Cordilheira dos AndesQuatro ciclistas de Palmeira, que fazem parte de um grupo denominado Baikeiros da Lua, enfrentaram o desafio de atravessar a Cordilheira dos Andes. Ivonei Antônio Margraf, Luis Capraro, Luis Cláudio Kapp e Sergio Augusto Ciecielski encararam 11 dias de viagem, sendo seis deles para percorrer os 300 quilômetros de cordilheira e variações extremas de temperaturas e altitudes. O trajeto foi feito entre as cidades de Malargüe, na Argentina, e Curicó, no Chile.

Após alguns dias de treinamento em Caminitos, na Argentina, os palmeirenses partiram para a grande aventura, segundo os relatos de Ivonei Margraf. O início foi no dia 18 de fevereiro, em Malargüe, com uma chuva fina e temperatura amena. Foram aproximadamente 68 quilômetros, com 550 metros de subida, até a chegada em Bardas Blancas, onde aconteceu o primeiro acampamento.

As bicicletas foram levadas de Palmeira, pois os aventureiros já estavam adaptados a elas. Mesmo assim, a missão foi complicada, enfrentando a estrada irregular, com muita poeira, trecho de areia de material vulcânico e alguns trechos de asfalto.

Segundo Ivonei, a amplitude térmica variava de 30°C a -4°C em poucas horas. O forte e constante vento também levou dificuldade à pedalada, além do ar seco e rarefeito, que deixava os aventureiros com boca seca, enjôo, lábios partidos, nariz ferido pela agressão da areia e do vento.

No segundo dia, eles saíram de Bardas Blancas com destino a Lãs Loicas, numa distância de aproximadamente 38 quilômetros. No dia seguinte, foram para Rio Montañes e acamparam em Doña Ângela. Ivonei contou que, apesar do dia bonito, a pedalada foi pesada devido ao forte e gelado vento. “Acho que um quilômetro pedalado ali, vale por três aqui na nossa região”.

O quarto dia acabou em Termas del Azufre, onde os palmeirenses atingiram mais de 2.500 metros de altitude, cruzando vários rios de degelo e encarando a noite mais fria, com -4°C. No quinto dia aconteceu a etapa mais esperada, que acabou em Rio Teno. Eles subiram 65 metros de altitude e desceram 1.185 metros, tudo isso em 40 quilômetros de extensão, sendo quase todo o percurso com curvas em zigue–zague.

No sexto dia, que acabou em Curicó, foram  68 quilômetros pedalados e mais 1.020 metros de descida. Desta vez, o terreno colaborou, pois parecia ser uma espécie de asfalto. Após a última etapa os ciclistas, muito desgastados, receberam as medalhas de participação no desafio.

Apesar das dificuldades, Ivonei garante que a experiência valeu à pena pelo fato de se conquistar um objetivo, superar dificuldades, realizar novas amizades, conhecer outros locais e, principalmente, por se deslumbrar e se encantar com a “estonteante e grandiosa paisagem, que nenhuma foto ou filme poderá mostrar ou traduzir o contexto”, afirma ele.