De acordo com as últimas publicações da Empresa Brasileira de Pesquisa agropecuária (Embrapa), a maioria dos agrotóxicos registrados para controle da ferrugem asiática da soja (doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi) estão com baixa eficiência. A causa é a resistência do fungo aos princípios ativos dos agrotóxicos usados repetidas vezes ao longo dos anos.

No dia 19 de dezembro de 2016, como resultado da reavaliação agronômica de que trata a Portaria nº 84, de 16 de agosto de 2016, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) comunicou a suspensão do registro de 63 fungicidas indicados para controle da ferrugem asiática da soja. Quatro fungicidas suspensos pela Adapar seguem autorizados pelo MAPA e representam aproximadamente um terço de todo volume de fungicidas utilizados para controle dessa doença nas duas últimas safras paranaenses

Volume

No Paraná, o volume total de fungicidas utilizados para controle de ferrugem da soja, safras 2014/15 e 2015/16, foi de aproximadamente 6,4 milhões de litros. Destes, 2,2 milhões de litros (34%) são de marcas comerciais suspensas pela Adapar, com base nos ensaios cooperativos conduzidos pela Embrapa para avaliação da eficiência dos fungicidas. A suspensão do Mapa retira do mercado um volume de apenas 197 mil litros (9%) dos agrotóxicos ineficientes.

O trabalho realizado pelo Mapa precisa ter, continuidade, e ratifica a necessidade do estabelecimento de uma rotina de reavaliações da eficiência agronômica dos agrotóxicos registrados no Brasil, com o reconhecimento da competência legal dos estados para retirarem do mercado agrotóxicos de baixa eficiência quando há substitutos com maior eficiência comprovada. Dessa forma, com oferta de produtos que efetivamente podem controlar as pragas, cria-se uma das condições para que haja redução do volume de aplicação de agrotóxicos, com os desejáveis benefícios financeiros (para os agricultores), ambientais e à saúde humana.