Pelo menos 300 pessoas participaram da audiência pública convocada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e realizada na quarta-feira (26), na localidade do Lago, para apresentação do resumo do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), na forma de Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA) relativo ao projeto para construção do Aeroporto Internacional dos Campos Gerais. O empreendimento de R$ 3,5 bilhões pode ser concretizado em uma área de 50 quilômetros quadrados na divisa dos municípios de Palmeira e Ponta Grossa, numa iniciativa da Companhia Aeroportuária dos Campos Gerais (CACG).

Moradores da região e também das cidades de Palmeira e Ponta Grossa, durante a audiência pública, receberam mais informações sobre o empreendimento e inúmeros detalhes sobre os impactos ambientais do projeto. O estudo foi realizado por uma equipe composta por diversos profissionais especialistas e é uma exigência legal, apontando tanto impactos positivos do empreendimento como os possíveis impactos negativos.

Entre os principais impactos positivos apontados pelo estudo estão o aumento de oportunidades de emprego e de renda para a população da região,incremento de atividades do setor de turismo, melhorias nas estruturas do sistema viário e educacional, além de substituição da atividade agrícola e suas conseqüências agressivas ao meio ambiente, como o uso de agrotóxicos, por atividade de transporte aeroviário, controlando a erosão do solo e a descarga de poluentes agrícolas em córregos e rios.

Já entre os impactos negativos apontados no estudo, a impermeabilização de áreas, a geração de ruídos e efluentes, assim como a perturbação da fauna e a supressão da vegetação nativa são apontados no estudo, que também aponta a adoção de programas específicos para cada impacto levantado.

Conclusão

A conclusão do estudo afirma que o local para a construção do aeroporto foi definido em função da inexistência de tráfego aéreo e a facilidade de interação cós os demais modais de transporte existentes na região. Quanto aos impactos negativos, afirma que são exíguos, por se tratar de uma área que há décadas já sofre intervenção com atividades humanas, tendo perdido suas características originais.

Relativamente aos impactos positivos, a conclusão do estudo aponta a relevância quanto à localização geográfica e os benefícios sociais e econômicos, salientando a característica da internacionalidade do aeroporto, cujo projeto prevê pousos e decolagens com origem e destino para todo o mundo, especialmente os países da América do Sul.

Moradores querem respostas concretas a dúvidas

Após a apresentação do estudo de impacto ambiental que pode ser causado com a construção do aeroporto internacional, a última parte da audiência pública foi reservada aos questionamentos dos participantes, especialmente moradores de regiões próximas ao local definido pela Companhia Aeroportuária dos Campos Gerais (CACG) para receber o empreendimento.

Entre muitas perguntas e respostas, ainda ficaram dúvidas quanto à falta de clareza sobre algumas situações, entre elas a construção de um traçado da PR 151 que desvie a localidade do Lago, o que não faz parte do projeto, evitando o tráfego intenso de veículos no interior da comunidade e provocando desconforto e riscos à população.

Diante da falta de clareza de algumas situações, muitos moradores do Lago e outras localidades próximas, como a Colônia Santa Cruz, no município de Ponta Grossa, habitada por descendentes de imigrantes russos. A forma de aquisição das áreas apontadas como o futuro sítio aeroportuário é a principal dúvida, pois se chegou a falar em desapropriação, o que foi negado pelos diretores da CACG.

O prefeito de Palmeira, Edir Havrechaki, fez um apelo de apoio de todos ao empreendimento, defendendo a construção do aeroporto e projetando benefícios para o desenvolvimento social e econômico do município.