O imigrante italiano Tranquilo Agottani chegou ao Brasil no final do ano de 1890, junto com a mulher Adele e três filhos. A família vive na Colônia Cecília, um núcleo experimental de orientação anarquista que existiu entre 1890 e 1894, na localidade de Santa Bárbara, no interior do município de Palmeira. Tranquilo saiu da comunidade de Torricella di Sissa, fugindo de uma situação precária, para tentar uma vida melhor no Brasil. A história do imigrante foi recentemente visitada na origem pela bisneta Carmela e pelo trineto Maurício, que estiveram na casa onde morava a família Agottani, hoje uma construção bicentenária.

Carmela e Maurício, mãe e filho, decidiram conhecer o passado da família Agottani e também da família Mezzadri. Ela é filha de Ramiro Mezzadri e de Ivone Agottani Mezzadri, respectivamente netos de Carlo e Domenica Mezzadri e de Tranquilo e Adele Agottani. Das duas famílias, os Agottani participaram da Colônia Cecília, enquanto os Mezzadri chegaram ao Brasil somente no início do ano de 1896, um ano após a dissolução do núcleo anarquista

Torricella é um distrito da pequena cidade de Sissa, que hoje tem cerca de 4 mil moradores, localizada na região da Emília Romagna, no Noroeste da Itália. De lá, muitos imigrantes partiram para o Brasil no final do século 19, entre eles os cinco membros da família Agottani que, com outras 11 pessoas integraram a segunda leva de moradores da Colônia Cecília.

Tranquilo e Adele tiveram outros dois filhos já no Brasil, entre eles Arnaldo, avô de Carmela e bisavô de Maurício. Quanto à visita à antiga e sólida construção de pedras e tijolos maciços, em Torricella, mãe e filho contam que encontraram morando no local um jovem casal de imigrantes indianos. A emoção de conhecer o local onde viveram seus antepassados foi muito intensa, segundo eles, que visitaram outros locais da Itália.