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Colônia Cecília em livro e em memorial atrai mais de 600 para o Sítio Minguinho
Em um evento que celebrou a cultura e a história de Palmeira, especialmente um dos capítulos mais destacados, que foi a experiência da comunidade anarquista da Colônia Cecília, ocorrida entre 1890 e 1894, no último sábado (5), o Sítio Minguinho recebeu cerca de 600 convidados. Na ocasião, o proprietário do espaço cultural e escritor, Arnoldo Monteiro Bach, promoveu o lançamento de seu décimo livro, intitulado “Colônia Cecília”, bem como abriu para visitação o memorial dos imigrantes italianos que protagonizaram a colônia anarquista em terras do município de Palmeira.
A solenidade de lançamento do livro contou com a presença do ex-governador Orlando Pessuti, autor do prefácio de “Colônia Cecília”. Também marcaram presenças representantes de entidades culturais, como a Academia Paranaense de Letras, Academia de Letras dos Campos Gerais, Associação Germânica dos Campos Gerais e Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira. Nos pronunciamentos, sobressaíram-se exaltações ao autor do livro e à importância da obra, que traz em seus textos relatos de descendentes sobre a saga dos imigrantes e as aventuras na comunidade.
A Colônia Cecília tem repercussão internacional, pois foi uma das poucas comunidades anárquicas a ter existência prática, sob a inspiração de Giovanni Rossi. Muitas famílias deixaram a Itália para viver no Brasil o sonho de uma vida melhora. Muitos, porém, não conseguiram prosperar, mas a Cecília deixou marcas ideológicas fortes na história do Brasil, notadamente pela influência de imigrantes italianos nos movimentos operários e sindicais do início do século 20.
Além do livro, com mais de 1 mil páginas, o memorial dedicado à Colônia Cecília foi outro ponto de destaque na programação cultural do Sítio Minguinho no último sábado. Bach abriu as portas do mais novo ambiente do espaço cultural que mantém. No interior do mesmo, objetos e utensílios de época, publicações, documentos e outros itens remetem à experiência vivida pelos italianos durante quatro anos no final do século 19. Nas paredes, muitos retros de pessoas e famílias que deixaram a Itália e protagonizaram no Brasil um dos mais peculiares episódios da história do país, ainda pouco conhecida, mas que a cada dia ganha maior interesse do público.
Confraternização
Lançado o livro e inaugurado o memorial, os convidados participaram de um jantar de confraternização. Não faltaram, óbvio, comidas típicas italianas e o vinho, temperados com conversas animadas entre descendentes dos italianos anarquistas e gente interessada em conhecer ainda mais sobre a experiência que Giovanni Rossi registrou em seus diários e que Arnoldo Monteiro Bach faz viver em seu livro. A Cecília vive nas páginas da nova obra do autor palmeirenses em apaixonantes relatos de pessoas que conviveram com os anarquistas, que ouviram dos próprios as histórias da comunidade e que continuam transmitindo para as gerações futuras o que foi e o que viveram aqueles homens e mulheres que acreditaram que a liberdade é a melhor maneira para se viver.