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Agrícola
Agrônomo de Palmeira publica artigo em revista especializada
O engenheiro agrônomo João Carlos Hoffmann, professor do Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas, em Palmeira, assina artigo, juntamente com o também engenheiro agrônomo e professor-doutor Rui Scaramella Furiatti, do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), publicado na revista “A Granja”, na edição do mês de abril, no qual destacam os prejuízos que pode ocasionar para a cultura da soja a não observância do Manejo Integrado de Pragas (MIP).
O estudo foi elaborado junto a produtores e técnicos da região, apontando que o MIP é confundido com o limitado uso racional de inseticidas.Os pesquisadores afirmam que, apesar de recomendado, são poucos os agricultores brasileiros que utilizam MIP na cultura da soja, por motivos ainda em parte desconhecidos. Mesmo em regiões onde há tecnologia avançada aplicada na agricultura, o manejo de pragas ainda está baseado fortemente no controle químico. Os produtores altamente técnicos não adotam o MIP na soja em larga escala e quando utilizam um manejo mais técnico de insetos o fazem por meio do Uso Racional de Inseticidas (URI), o qual está baseado na quantificação dos insetos e recomendação de inseticidas, segundo o artigo.
A pesquisa mostra que grande parte dos técnicos e sojicultores não valoriza as demais estratégias de controle, além da química. Os técnicos mostraram razoável conhecimento na identificação das pragas, mas os pequenos sojicultores não têm conhecimento para distinguir os principais insetos que atacam a cultura. Ambos, sojicultores e técnicos, principalmente do poder público, não foram capazes de identificar inimigos naturais (insetos, fungos e bactérias que se alimentam das pragas) e não os levam em consideração nas recomendações de inseticidas.
Uma forma de mudar esse cenário, segundo o artigo, seria a atualização em entomologia aos técnicos e cursos de aperfeiçoamento aos sojicultores, além da atuação mais efetiva da assistência técnica pública e privada. Quando o MIP da soja foi difundido entre 1977 e 1980, o sucesso se devia em especial à assistência técnica pública ofertada pelo Estado e à atuação efetiva das cooperativas.
A maioria dos sojicultores declarou procurar assistência técnica na iniciativa privada antes de aplicar inseticidas. Estes técnicos da iniciativa privada e sojicultores afirmam que aplicam inseticidas pelo calendário ou aproveitando a aplicação de herbicidas e fungicidas. Os técnicos do Poder Público dizem que não recomendam a mistura de tanque, mas reduziram suas atividades nas lavouras de grãos e não emitem receituário agronômico.
Na região de Palmeira, outro aspecto importante no fomento do MIP seria o retorno dos técnicos formados no Colégio Agrícola Estadual Getúlio Vargas às propriedades das famílias. Por meio de pesquisa realizada com 181 desses alunos egressos nos anos de 1994 a 1996, constatou- se que 13,2% trabalhavam como técnico em agropecuária, 7,1% cursavam universidades na área de Ciências Agrárias e apenas 17,6% com a família no campo. A adoção do MIP na soja deve passar, de acordo com os autores do artigo, pelo ensino, pesquisa, extensão rural, assistência técnica, indústria de inseticidas e usuários, através de ações públicas e institucionais.