Curta você também
Histórias das Eleições Municipais
Embate entre dois ex-prefeitos na eleição municipal de 1996 tem revanche de Mussoline Mansani
A eleição municipal de 1996 teve como grande atração o embate entre dois ex-prefeitos na disputa pela Prefeitura Municipal. De um lado Mussoline Mansani, candidato pelo PMDB, e do outro Baptista Cherobim, pelo PPB. O primeiro com um mandato de seis anos, cumprido entre 1983 e 1988, e o segundo com dois mandatos totalizando dez anos como prefeito, cumpridos de 1977 a 1982 e de 1989 a 1992. Na apuração dos votos, Mansani levou a melhor e teve a revanche da derrota que sofreu para Cherobim em 1976.
O prefeito eleito em 1996 era apoiado pelo PT, que tinha o candidato a vice-prefeito na chapa majoritária, Rogério Lima, o qual era filho do candidato a vice-prefeito na eleição de 1976, Genézio Gomes Lima Neto. O candidato do PMDB obteve 5.334 votos, enquanto o adversário, do PPB, somou 4.209 votos. Também disputaram a eleição João Alberto Gaiola, do PDT, apoiado pelo então prefeito Altamir Sanson, que conseguiu exatos 4 mil votos, e Álvaro Bacila, do PTB, que somou 2.534 votos naquela eleição realiza em 3 de outubro de 1996.
Enfrentando nos primeiros meses um quadro complicado devido a inúmeros problemas com veículos, máquinas e equipamentos, muitos em estado precário, a gestão de Mansani foi se organizando, nos diversos setores, e já em 1997 foi adquirida a área onde hoje está o Distrito Industrial de Palmeira, como ponto de partida de um projeto de industrialização do município.
Em 1998, sob constante assédio de representantes do governo do Estado, o prefeito deixa o PMDB, partido pelo qual foi eleito e ao qual estava filiado desde que começou a militar na política, para filiar-se ao PTB. Passa então a dar apoio ao então governador Jaime Lerner, que na sequência foi reeleito para o cargo no pleito daquele ano. Um dos benefícios do município com a adesão do prefeito ao grupo do governo foi a instalação da unidade local do Corpo de Bombeiros.
Outro destaque da gestão foi a conquista de direito de uso de barracão e instalações que pertenciam à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), às margens da PR 151, para a implantação de um condomínio industrial. O imóvel foi cedido em comodato pelo prazo de 20 anos após longas conversações entre representantes da administração municipal e do governo federal, com envolvimento direto de deputados federais,
No âmbito do funcionalismo público municipal, um dos destaques foi a proposição e aprovação pela Câmara Municipal do Estatuto do Magistério, em 1999, atendendo uma antiga reivindicação da maior classe de servidores municipais. Porém, nem só de conquistas foi marcada a gestão, que começou a enfrentar problemas com os constantes atrasos nos pagamentos dos salários, falta de planejamento para a desativação do lixão a céu aberto na localidade de Benfica e, em 2000, quando candidato à reeleição, denúncias de saques irregulares de recursos das contas do Fundo Municipais de Previdência Social, o Fundão, em episódio que acabou gerando controversa ação judicial contra o prefeito.
Na eleição para a Câmara Municipal de Palmeira, voltaram a ser disputadas nove vagas, depois de uma legislatura com 11 vereadores. O número de vagas foi reduzido devido a uma resolução baixada pelo tribunal Superior Eleitoral (TSE). A coligação vitoriosa na eleição majoritária não conseguiu, no entanto, eleger a maioria dos vereadores. Foram três os eleitos pelo PMDB e um pelo PT, mas isto não representou dificuldades para a condução da administração municipal, uma vez que até então adversários, como os vereadores do PTB e do PPB, atuaram em consonância com as linhas de ação do prefeito do PMDB.