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Histórias das Eleições Municipais
Daniel Mansani ganha a eleição de 1962 e quebra hegemonia do PSD na administração municipal
A eleição municipal de 1962 ficou marcada na história de Palmeira porque foi naquela ocasião que o PSD teve quebrada a sua hegemonia na administração municipal, que conquistou através do voto em quatro oportunidades anteriores: 1947, 1951, 1955 e 1959. Para desbancar a situação, o industrial Daniel Mansani, que já havia sofrido três reveses para os adversários políticos, levou o seu PTB para uma vitória sofrida, mas incontestável. Dos 4.317 votos computados naquela eleição, Mansani somou 2.278 contra 1.943 dados a Baptista Cherobim, ambos eram vereadores na ocasião. Foram registrados ainda 51 votos em branco e 45 votos nulos.
Palmeira contava na ocasião com 4.853 eleitores aptos a votar, dos quais 536 não compareceram. Foram estes eleitores os que participaram do último capítulo da história política do município de um período relativamente curto do pluripartidarismo, uma vez que na eleição seguinte, em 1968, apenas dois partidos disputariam a eleição, já dentro do regime autoritário dos militares.
O prefeito eleito em 7 de outubro de 1962 tomou posse em 1º de fevereiro do ano seguinte, em meio a uma intensa agitação nacional na política, por conta do governo de João Goulart, que tomara posse em 1961 após enfrentar a resistência de ministros militares que viam nele uma ameaça ao país, por seus vínculos com políticos do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Dois anos depois, em 1964, Goulart foi destituído e uma junta militar assumiu o poder.
No âmbito municipal, visto a situação de incertezas dos primeiros anos da ditadura militar no Brasil, o prefeito Daniel Mansani, por ter origem na oposição, se viu diante de vários empecilhos na relação tanto com o governo federal como o estadual. Mesmo assim, cumpriu os seis anos de mandato estendido, prorrogado até 31 de janeiro de 1969, quando entregou o cargo a Benjamin Malucelli, o primeiro prefeito de Palmeira eleito pela ARENA, um dos dois partidos criados pelo governo militar.
Mesmo tendo seu candidato derrotado na eleição para prefeito, o PSD manteve a tradição de eleger a maior parte das vagas para vereador. O partido conquistou quatro das nove cadeiras na Câmara Municipal, mas isto não foi o suficiente para que a até então situação mantivesse a maioria no Legislativo, uma vez que os partidos que apoiaram a candidatura de Daniel Mansani, juntos, com seguiram eleger cinco vereadores. Todos os quatro partidos que registraram candidatos a vereador conseguiram eleger pelo menos um representante para a Câmara Municipal.