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Histórias das Eleições Municipais
Baptista Cherobim é o candidato da ARENA e derrota três adversários do MDB na eleição para prefeito de 1976
Após quatro anos de uma administração municipal marcada por poucas realizações e desen-contros políticos, a eleição municipal de 1976 teve um novo e último embate entre ARENA e MDB em Palmeira. Sem grandes surpresas, a ARENA confirmou sua volta ao poder na Prefeitura Municipal com uma vitória incontestável do seu se candidato a prefeito, Baptista Cherobim, o Titão, que enfrentou e derrotou três candidatos do MDB. Foram quase 64% dos votos que, em 15 de novembro da-quele ano, garantiram a Cherobim o primeiro de seus dois mandatos como prefeito de Palmeira.
No confronto das urnas, Cherobim, que tinha como seu candidato a vice-prefeito Marcos José Malucelli, obteve 5.300 dos 8.651 votos depositados nas urnas. Dos seus adversários, todos do MDB, Mussoline Mansani somou 1.894 votos, Antônio Ribeiro dos Santos fez 759 votos e Lineu Ramos Ribeiro obteve 396 votos, com o que a soma dos três chegasse a 3.049 votos. Foram contabilizados, ainda, 174 votos nulos e 128 votos em branco.
Diplomado em 13 de dezembro do mesmo ano em que ocorreu a eleição, Titão foi empos-sado prefeito no dia 31 de janeiro do ano seguinte. Destacado empresário do setor madeireiro, com uma maneira peculiar de administrar, centrada em suas decisões, sua gestão foi marcada por grandes obras e aquisição de máquinas, equipamentos e veículos. Um dos fatores que permitiu a ele resultados que até hoje são reconhecidos pela população foi o relacionamento com o governo estadual, na época sob o comando dos ex-governadores Jayme Canet Junior e Ney Braga, que mantiveram proximidade com o município e destinaram recursos para obras.
Prefeito por um mandato estendido de seis anos, Titão foi o responsável pela aquisição da área entre a antiga Estação Ferroviária até o viaduto da BR 277, por onde passava a estrada de ferro, desativada alguns anos antes. Ali, foi aberto o traçado da PR 151 e, com ela, um novo eixo urbano. Nas margens do traçado foram construídos, durante a gestão de Cherobim, o Ginásio de Esportes, o Estádio Municipal e o Centro Social Urbano. No aspecto urbano, Palmeira ganhou pavimentação em diversas ruas centrais, incluindo a principal delas, a Conceição, até então pavimentada com paralelepípedos.
Com a administração municipal em expansão, diante da necessidade de assumir novas obrigações e serviços, a garagem de máquinas e caminhões da Prefeitura foi transferida para o local onde ainda hoje está e na esquina das ruas 15 de Novembro e Jesuíno Marcondes foi edificado o prédio que hoje abriga a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte. Ali, estava o novo espaço para a Câmara Municipal, que tinha suas instalações no último andar do prédio da praça Mal. Floriano Peixoto.
Momento histórico vivido pelo prefeito Baptista Cherobim foi a recepção feita no município ao então presidente da República, o general Ernesto Geisel, que visitou Palmeira em 1978, passando por Witmarsum. Titão recebeu Geisel e sua esposa, Luci, bem como alguns ministros, a comitiva presidencial, o governador Canet Junior, secretários estaduais e deputados.
A eleição para a Câmara Municipal de Palmeira em 1976 não apresentou nenhuma mudança substancial em relação à composição do Legislativo. A ARENA manteve a maioria, novamente conquistando seis das nove vagas, enquanto o MDB ficou com as três restantes. Naquela legislatura, com os vereadores já recebendo remuneração pelo exercício do mandato, a rotatividade nas vagas, que era comum até então, praticamente acabou. Mas um episódio de renúncia, protagonizado pelo vereador Helmut Pauls (ARENA), que se mudou do município, abriu uma crise política que marcou a história da Câmara. O primeiro suplente do partido, Lourival Costa, teve contestado seu direito de assumir a vaga, no que ficou conhecido como o “Caso sapateiro”, profissão do vereador que, após garantias judiciais, enfim foi empossado no cargo, já em 1981.