O protesto dos Caminhoneiros de todos Brasil, deflagrado no início da manhã de segunda-feira (21) entra no terceiro dia, e a classe tem se mostrado forte e resistente.

Em Palmeira, manifestantes montaram um bloqueio na PR 151 próximo do viaduto da BR 277 em frente ao Posto Guapo. Todo motorista de caminhão, com ou sem carga que chegou nesse local, foi convidado a aderir ao protesto e colocar o veículo no estacionamento em frente ao Ginásio de Esportes Sebastião Amâncio dos Santos e também na margem oposta a ele ao lado da rodovia.

A manifestação foi convocada por várias entidades ligadas ao setor a fim de conseguir seus objetivos, que é principalmente a redução de no preço dos combustíveis, mas, principalmente no diesel, mas também para que nas praças de pedágio, não seja cobrado por eixo suspenso em caminhões sem carga.

Já chega a quase uma centena de caminhões que estão parados em Palmeira desde o início dos protestos, e somente carros, motos, ônibus e veículos de emergência estão passando nestes locais.

Várias rodovias da região estão com pontos de bloqueio, fazendo com que praticamente cem por cento dos caminhões que estavam nas rodovias estaduais e federais tivessem que parar, aderindo ao movimento por tempo indeterminado.

Em várias cidades o movimento vem ganhando apoio de outras classes, como a postos de combustíveis que vêm apoiando em muitos lugares a greve de caminhoneiros e fornecendo estrutura para motoristas. Também muitos agricultores, motoristas de aplicativos em Ponta Grossa e de Vans de transportes de alunos em Palmeira, que na tarde de terça-feira, ambos aderiram aos protestos.

A Polícia Rodoviária Federal atualizou às 23 horas de terça-feira, em 48 pontos de protestos no Paraná, porém são muitos outros pontos nas rodovias estaduais.

O Blog Caminhões e Carretas, divulgou no início da noite de terça-feira (22) que caminhoneiros protestam em 23 estados e no Distrito Federal em cerca de 290 pontos apenas em rodovias federais.

Preço do óleo diesel

Segundo o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Setcemg), em 10 meses (11 de julho de 2017 a 17 de maio de 2018) que a nova política de preços da Petrobras que está sendo praticada, o preço do óleo diesel subiu 59,62%, ou seja, ouve um elevadíssimo aumento de custo no transporte causando uma defasagem de 23,85% no valor do frete.

A entidade destaca ainda que somente no mês de maio o preço do combustível já registrou alta de 9,33%. No acumulado do ano (janeiro a maio) o preço do combustível subiu 21,80%.

Governo Federal

Ainda segundo a entidade, após uma semana sem qualquer pronunciamento ou posicionamento diante das inúmeras tentativas de diálogo das entidades do transporte rodoviário de cargas do país, o governo federal, convocou uma reunião emergência na segunda-feira (21) para discutir a alta dos preços dos combustíveis. Onde sinalizou um recuo no último aumento de preços.

Também, na terça-feira, o Ministro da Fazenda Eduardo Guardia, confirmou que o governo teria fechado um acordo com o Congresso para zerar a incidência da Cide, que é a (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel, porém os manifestantes falam em baixa geral nos combustíveis.

Desabastecimento

Em apenas dois dias de protestos, já começa a faltar combustível em várias cidades. Mas, o desabastecimento pode chegar a diversos produtos, uma vez que, ou está em cima de caminhões que estão parados, estão nas fábricas que já começam a paralisar suas produções.

A esperança da população é de que o governo chegue logo a um acordo com a classe para por fim aos protestos que vêm ganhando apoiadores de diversos setores descontentes com a situação econômica do país nos negócios onde atuam, onde dizem que o preço do combustível tem sido o principal vilão.