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Pesquisadora palmeirense vai receber o Prêmio Marsch para carreira inicial de entomologista
A pesquisadora palmeirense Jéssica Paula Gillung foi a vencedora do Prêmio Marsh para Carreira Inicial de Entomologista, da Royal Entomological Society, um importante reconhecimento a pesquisadores em início de carreira com grande contribuição para a área, com impacto único ou contínuo para a ciência. A premiação acontecerá em Londres, em 21 de agosto deste ano. Jéssica Paula Gillung, é uma das filhas do casal Marina de Paula Gillung e Heraldo Gillung. Ela é ex-bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para realizar o doutorado em Entomologia na Universidade da Califórnia, nos EUA. A redação da “Gazeta de Palmeira” entrou em contato com Jéssica para saber um pouco mais da sua vida e também da sua conquista.
Trabalho
“Eu trabalho com entomologia, ou seja, o estudo de insetos. Eu gosto de trabalhar com insetos porque eles são muito importantes para todos os ecossistemas, e também porque eles têm interesse médico e veterinário para nós, humanos, e outros animais. Meu grupo de insetos favorito são as moscas”, disse. Segundo Jéssica, ela escolheu trabalhar com um grupo bastante raro de moscas, que são as moscas silvestres na família Acroceridae. Este grupo de moscas tem uma importância ecológica grande como polinizadores em alguns ecossistemas, e como inimigos naturais de aranhas, inclusive a aranha marrom na América do Norte. “Este grupo ainda é muito pouco conhecido na América do Sul, e portanto eu realizei um estudo da diversidade de Acroceridae no Brasil durante a minha experiência de Iniciação Científica na UFPR. Inclusive, eu descobri uma espécie nova de mosca silvestre em Palmeira. Desde então, eu tenho estudado diversos aspectos deste e de outros grupos de insetos, incluindo a biodiversidade, distribuição geográfica, genética, história evolutiva e ecologia”.
Graduação
Jéssica fez a graduação na UFPR, e durante a universidade ela teve sua primeira experiência com pesquisa e ensino, que mudou a sua vida e ajudou a descobrir que sua vocação é trabalhar com pesquisa, ensino e ciência. “Após terminar a graduação, eu fiz meu mestrado na USP, e fiz meu doutorado na Universidade da California Davis, e me formei como doutora em dezembro de 2018. Toda a minha trajetória foi realizada em universidades públicas e com financiamento de bolsas estudantis do governo federal, e eu tenho muito orgulho dos programas públicos de incentivo ao ensino do Brasil. Uma pena que hoje em dia todos estes programas, e também as Universidade públicas brasileiras, estão sendo extintos pouco a pouco, e as futuras gerações não terão as mesmas chances que eu tive para realizar seus sonhos e contribuir para o conhecimento científico no Brasil no mundo”.
Pós-doutora
“Hoje eu trabalho na Universidade Cornell, em Ithaca, New York, como pós-doutora, e realizo pesquisa não só com meu grupo favorito, as moscas, mas também com a diversidade e conservação de abelhas. Hoje tenho 32 anos, e uma trajetória internacional de pesquisa e ensino que foram possibilitadas pelas universidades públicas do Brasil, e pelas bolsas de estudo e pesquisa oferecidas pelo governo federal. Sem este apoio, principalmente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) eu não teria chegado onde cheguei, e não teria recebido um importante prêmio internacional que recebi: o Prêmio Marsh para Carreira Inicial de Entomologista, da Royal Entomological Society do Reino Unido, um importante reconhecimento a pesquisadores em início de carreira que fizeram uma grande contribuição para a ciência internacional”, finalizou Jéssica.
Fotos: Kathy Garvey e Laura BreitKreuz