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Notícia publicada quinta-feira 10 outubro 2024

Mortandade de peixes no Rio Iguaçu em Porto Amazonas gera preocupação e leva a investigação

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Na última semana, a morte de peixes no Rio Iguaçu, nas proximidades da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Lúcia Cherobim, e em pedreiras próximo à área urbana em Porto Amazonas, gerou uma série de denúncias e manifestações nas redes sociais. Vídeos e fotos divulgados pelos moradores a partir das 13h do dia 8 de outubro mostraram peixes presos em poças formadas pela baixa drástica do nível do rio, o que gerou uma rápida resposta das autoridades ambientais e da CPFL Renováveis, empresa responsável pela usina.

Segundo dados do monitoramento hidrológico, o nível do Rio Iguaçu apresentou uma queda acentuada ao longo do dia 8. Às 01h, o rio estava com 1,241 metros de altura e uma vazão de 38,8 m³/s. Às 09h, o nível já havia caído para 1,210 metros, com vazão de 35,7 m³/s, e ao meio-dia atingiu o valor crítico de 0,772 metros, com uma vazão de apenas 6,39 m³/s. O ponto mais baixo foi registrado às 13h, quando o nível do rio marcou 0,767 metros, com uma vazão de 6,21 m³/s. Coincidentemente, após as denúncias públicas feitas nas redes sociais, o nível do rio voltou a subir às 14h.

A CPFL Renováveis divulgou uma nota oficial esclarecendo que, durante o processo de enchimento do reservatório da PCH Lúcia Cherobim, houve uma diminuição temporária e pontual do nível do rio abaixo da usina, resultando na retenção de alguns peixes. A empresa afirmou que o evento foi identificado e resolvido rapidamente, sem causar maiores prejuízos à biodiversidade local. A CPFL também destacou que o processo de enchimento foi autorizado pelo Instituto Água e Terra (IAT), por meio da AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL 61282, de 27/09/2024, e que as ações foram continuamente monitoradas por profissionais de meio ambiente, que realizaram o resgate e a soltura de peixes.

A Polícia Ambiental e agentes do IAT foram chamados ao local após denúncias da população e realizaram uma reunião com os responsáveis pela PCH. Durante a vistoria, foram apresentadas todas as autorizações ambientais, que estavam em conformidade. A Polícia Ambiental registrou o boletim de ocorrência, enquanto o IAT ficou responsável por eventuais questões administrativas relacionadas ao caso.

Inicialmente, a CPFL havia convocado uma reunião aberta à população de Porto Amazonas e Lapa para o dia 10 de outubro, no Centro de Comunicação (CEC) da PCH Lúcia Cherobim. Contudo, devido a imprevistos, a empresa comunicou o cancelamento do encontro. Em nota, a CPFL informou que abrirá uma ficha de chamada para agendamento de horários com os interessados em obter maiores esclarecimentos sobre o caso.

Enquanto isso, moradores locais seguem apreensivos com os impactos ambientais na região, especialmente considerando a baixa acentuada do nível do rio em um período de estiagem severa. Mesmo com o monitoramento contínuo e as ações da empresa, a situação despertou questionamentos sobre a gestão do reservatório e o impacto no ecossistema aquático.

Da Redação com informações da Polícia Ambiental, CPFL e GARI.
Fotos: Riomar Bruno / Polícia Ambiental / Redes Sociais