Local tranquilo no dia a dia, praça é território sem lei nos finais de semana.

A praça Domingos Theodorico de Freitas, em frente ao Cemitério Municipal, no centro da cidade, foi transformada em ponta de encontro nos finais de semana, com grande presença de veículos e pessoas, na sua maioria jovens. Tudo seria normal não fossem os relatos de moradores das proximidades quanto ao comportamento dos freqüentadores. Dizem que a bebida alcoólica corre solta, que o som alto perturba até altas horas da madrugada e que, sem cerimônia, rapazes e moças urinam em todos os cantos da praça e em paredes próximas.

Enquanto os moradores vizinhos ficam privados de seu direito de descansar à noite, a bagunça que relatam acontecer é cada vez maior e sem qualquer controle. Um morador, que não quer se identificar com medo de represálias, a exemplo de outros, conta que já cansou de telefonar para a Polícia Militar e que em várias ocasiões os policiais estiveram no local. “Até baixaram o volume do som, mas bastou a polícia se afastar para o barulho voltar”, disse ele.

Pessoa que reside há vários anos naquele ponto da cidade disse que nunca antes a praça foi ponto de tanta bagunça e confusão. Ela conta que durante a madrugada ouve som alto e gente gritando. “Acordo assustada, pensando que alguma coisa grave está acontecendo, mas olho pela janela e vejo que é somente bagunça e gritaria sem sentido”, relata ela, que afirma também já ter perdido a conta de quantas vezes ligou para a Polícia Militar.

Outra moradora das imediações, também pedindo para não ser identificada, disse ter passado boa parte da madrugada de segunda-feira (14) acordada, pois não conseguia pegar no sono devido ao som alto e à gritaria. Ela conta ter telefonado para o 190, da Polícia Militar, e recebido a informação de que os policiais não poderiam comparecer ao local porque estavam atendendo a um acidente na BR 277.

Na escadaria de acesso ao Cemitério Municipal, especialmente nos dias finais da semana, já no início da noite é comum ver pessoas ali sentadas e ingerindo bebidas alcoólicas. Pela manhã, muitos litros, garrafas e latinhas de bebidas ficam espalhados nos degraus da escada e na calçada. Moradores dizem que alguns dos freqüentadores do local pulam o muro para dentro do Cemitério em plena madrugada.

Proibição

Todas as pessoas ouvidas pela Gazeta de Palmeira dizem saber que existe uma lei municipal que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em ruas e logradouros públicos. No entanto, concordam que não há fiscalização e, por isso, os transtornos que têm enfrentado ultimamente, provocados por pessoas embriagadas, são cada vez maiores.

“Não sei mais o que fazer”, desabafa uma senhora idosa que mora próximo à praça. “Penso até em mudar daqui, mas não é justo eu sair e a bagunça permanecer”, disse ela.

A Polícia Militar, através do comando do 2º Pelotão, sediado em Palmeira, afirma conhecer o problema. A PM deve atuar no sentido de coibir o som alto e os exageros relatados pelos moradores já no próximo final de semana, buscando garantir o sossego e a tranqüilidade da população.