Agrícola

Notícia publicada terça-feira 13 novembro 2012

Região dos Campos Gerais em alerta após identificação de 32 focos de raiva bovina

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Já foram registrados até os primeiros dias do mês de novembro cerca de 60 casos de raiva bovina na região dos Campos Gerais, distribuídos principalmente nos municípios de Ponta Grossa, Ivaí e Palmeira. A incidência da doença – transmitida por mordidas de morcegos hematófagos contaminados – é monitorada pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que alerta os criadores sobre a importância de vacinar os animais e notificar os casos da doença. Os números registrados na região envolvem bovinos e eqüinos. A região concentra 25% dos casos registrados no Paraná, com um total de 32 focos desde o início do ano.

O médico veterinário, Tales Amaral Perufo, da Adapar, faz um alerta para os criadores que têm propriedades próximas aos locais considerados focos da doença: “é importante que os produtores vacinem seus animais, apesar de não haver a obrigatoriedade, pois, desta forma, é possível evitar a disseminação da doença”, afirma.

A raiva é comumente encontrada em áreas próximas de grutas e em residências abandonadas. O morcego hematófago que tem hábito noturno, ao sugar o sangue dos herbívoros (principalmente eqüinos e bovinos), libera uma substância “anestésica”, ingerindo sangue vários dias do mesmo animal, na região da “tábua do pescoço”. A doença tem um período de incubação médio de 30 a 90 dias, que pode sofrer variações por diversos fatores como a extensão, a profundidade e a localização da ferida causada pela mordedura, como também a cepa e a carga viral transmitida na mordedura.

Após a incubação o vírus ataca inicialmente o sistema nervoso periférico, para posteriormente chegar ao sistema nervoso central, onde inicia novamente uma intensa multiplicação sendo disseminado para diversos órgãos e glândulas, em especial as salivares.

Sintomas

O primeiro sintoma da raiva é a mudança de comportamento do animal, que na maioria das vezes se afasta do rebanho, não se alimenta ou bebe água, pois logo perde o apetite e apresenta sinais de lacrimejamento e corrimento nasal.

Como a morte ocorre três a quatro dias após o aparecimento dos primeiros sintomas, a evolução da doença é muito rápida, os animais começam a fazer movimentos anormais das extremidades posteriores, apresentam uma alta hipersenbilidade no local da entrada do vírus, dilatação pupilar e tremores musculares.

Os animais afetados apresentam  salivação intensa, incoordenação dos membros posteriores, com dificuldade de ficar em pé e na fase final da doença o animal começa a apresentar um andar cambaleante com mugidos seguidos e entrecortados, caindo ao solo e apresentando dificuldades de se levantar, pela paralisia que acontece no membro posterior.

O processo de debilidade orgânica é aumentado devido à dificuldade de deglutição e de beber água e os sintomas aparecem com mais intensidade como o aumento da salivação que se torna abundante, as contrações musculares ficam mais intensas, aparecem os movimentos de pedalagem, dificuldade respiratória, asfixia e a morte.