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Policial
Polícia desmantela gangue de neonazistas em Ponta Grossa
A Polícia Civil começou a desmantelar uma gangue de neonazistas em Ponta Grossa. Na terça-feira (14), os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em duas residências no Núcleo Santa Terezinha e apreenderam socos-ingleses, punhais, cartas e anotações com apologia ao nazismo e suásticas, capas, coturnos, peruca, máquina fotográfica, celulares e computadores. Um rapaz de 20 anos foi detido e indiciado por tentativa de homicídio. Ele vai responder ao inquérito em liberdade.
A operação policial foi comandada pelo delegado Marcus Vinicius Sebastião, do 2º Distrito Policial. Ele explica que a investigação sobre a existência do bando skinhead começou em maio, depois que um rapaz integrante de um grupo punk sofreu uma tentativa de homicídio no Calçadão da Rua Coronel Cláudio. “Ele foi atacado por neonazistas e recebeu sete facadas. Quem o atendeu achou que ele não iria sobreviver”, disse Marcus.
Desde então, os policiais descobriram que os skinheads costumam se comunicar pelas redes sociais e colheram várias informações postadas por eles na internet, incluindo fotos das armas e roupas usadas nos ataques. Além da tentativa de homicídio, há outra queixa contra os neonazistas. “Eles teriam atacado uma pessoa no Terminal Central, agrediram-lhe e quebraram seu celular”, revelou Marcus.
Algumas coisas apreendidas chamaram a atenção da polícia. Numa máquina fotográfica, havia fotos de um dos suspeitos com o corpo mutilado. “Parece que ele teria desenhado uma cruz no braço usando fogo e há partes do corpo cortadas e sangrando”, disseram. O quarto dele é repleto de imagens macabras e símbolos do nazismo. Ele ainda tinha uma revista sobre matadores em série. Esse rapaz, de 20 anos, não chegou a ser detido porque não estava na casa no momento da abordagem. “Os dois jovens já identificados são os líderes do movimento”, afirmou o delegado.
Marcus suspeita da participação de pelo menos mais dez pessoas na gangue de neonazistas e que estejam ligados a uma rede que age em todo o país. “Descobrimos que eles mantêm contato com grupos do Rio Grande do Sul e outras regiões”, disse.
O delegado vai apurar a participação do grupo em outros crimes e acredita que, se a polícia não agisse para desmantelar a quadrilha, uma tragédia era iminente. “O que encontramos na casa de um dos rapazes, que tem o apelido de ‘Kapeta’, é assustador. Ele aparenta ser um psicopata, daqueles que poderiam entrar num cinema e atirar nas pessoas”, comentou.
Edilene Santos / Diário dos Campos