Depois de dois mandatos de prefeitos com seis anos de duração, as regras mudaram e os mandatos voltaram a ter quatro anos. Na eleição municipal de 1988, em Palmeira, nenhuma surpresa aconteceu e o favorito a voltar a ocupar a cadeira principal no Executivo, o ex-prefeito Baptista Cherobim, do PDS, retornou com uma vitória convincente, embora os adversários tenham tentado colocar dúvidas quanto à votação. Cherobim, candidato apoiado por uma coligação que reuniu PDS, PFL, PTB e PL, recebeu 5.700 votos dos 14.186 eleitores que compareceram às seções eleitores no dia 15 de novembro daquele ano para votar e escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores, dos 15.621 aptos a votar.

A chapa majoritária que tinha Cherobim como candidato a prefeito apresentava ainda Dalton de Freitas como candidato a vice-prefeito. Eles suplantaram três adversários na disputa pela Prefeitura Municipal. Berillo Capraro, do PMDB, obteve 3.932 votos, José Przybysewski, do PT, conseguiu 1.380 votos, e Valdomir Serra de Bulhões, do PDT, somou 1.084 votos. Foram contabilizados ainda 1.728 votos em branco e outros 3462 votos foram considerados nulos.

A eleição de 1988 aconteceu sob a vigência da nova Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro, documento magno do país que restituía aos brasileiros a esperança da democracia plena. Com ares de liberdade, garantindo seus direitos de cidadania, os eleitores voltaram a presenciar eleições sem restrições, inclusive do famigerado voto vinculado, adotado em 1982 e que causou estragos nos partidos alinhados com o governo federal, na época sob o comando de militares.

Cherobim assumiu o seu segundo mandato após um período de interinidade na Prefeitura Municipal do servidor público Cézar Miranda Kosloski, indicado pela Justiça para administrar a Prefeitura enquanto não houvesse decisão a respeito de recurso apresentado pelos adversários. Depois de 11 dias de impasse, em 12 de fevereiro de 1983 ele toma posse como prefeito de Palmeira.

Conduzindo a Prefeitura com uma postura de empresário, Cherobim consegue bons resultados financeiros e um dos motivos de orgulho de sua administração, utilizado inclusive como propaganda, são os rendimentos de aplicações financeiros obtidos graças aos altos índices de inflação no Brasil. Com estes recursos, a administração municipal adquire máquinas, caminhões e realizada obras, com destaque para a pavimentação de ruas, especialmente dos bairros, realizadas nos últimos meses do mandato como forma de esgotar os recursos em caixa.

Nos quatro anos de gestão, Cherobim foi obrigado a promover a municipalização da educação, antes obrigação legal do Estado, e a Prefeitura assumiu o setor realizando concursos públicos para contratação de professores para todas as escolas do município que ofertavam turmas das séries iniciais. Na área da saúde, também foram repassadas obrigações ao município, que também teve que ampliar seu quadro de servidores públicos, entre profissionais e técnicos.

Coligação elege cinco e PMDB quatro vereadores

A eleição para a Câmara Municipal de Palmeira, em 1988, indicou não só vereadores, mas constituintes. Os nove eleitos na ocasião participariam da elaboração da nova Lei Orgânica do Município, a qual vigora até hoje, inspirada na Constituição Federal e na Constituição do Estado, promulgados em 1988 e 1989, respectivamente. Desde a posse, em fevereiro de 1989, os vereadores trabalharam no texto constitucional do município.

Foram cinco os candidatos eleitos pela coligação de quatro partidos que elegeu o prefeito Baptista Cherobim e quatro eleitos pelo PMDB, entre eles o mais jovem vereador daquela legislatura, Altamir Sanson, que quatro anos depois, na eleição de 1992, entraria para história das eleições municipais. Como curiosidade, dos nove eleitos, seis tinham residência em localidades do interior do município.

Vereadores eleitos em 1988