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Notícia publicada sábado 29 abril 2017

Preço mínimo do trigo é alterado e área de plantação deverá ser reduzida

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reduziu em 3,6% os preços mínimos do trigo para a safra 2017/18, segundo portaria publicada na quarta-feira, dia 26. No caso do trigo “pão” tipo 1 no Sul do país, por exemplo, o preço mínimo foi reduzido para R$ 37,26 por saca de 60 quilos, ante R$ 38,65 na temporada 2016/17. Os preços mínimos servem como referência para o governo aplicar políticas de subvenção aos produtores rurais no caso de forte recuo das cotações de mercado.

Na avaliação da Ocepar, entidade que reúne cooperativas do Paraná, principal Estado produtor, o corte deverá reduzir ainda mais a área plantada. “Já temos muito desestímulo este ano após a baixa remuneração da safra 2016”, disse o gerente-técnico da Ocepar, Flávio Turra.

Levantamento

Um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indica que, diante da maior oferta interna, os preços do trigo, no geral, registram queda desde agosto de 2016 – período que antecede a entrada da safra nacional. De acordo com dados do Cepea, no Paraná, na parcial desta safra (de agosto de 2016 a março de 2017), o valor médio do trigo está em R$ 589,16 por tonelada no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e em R$ 659,38 por tonelada no segmento de lotes (negociações entre empresas). Ambos com retração de 13% sobre a temporada 2015/16, em valores deflacionados.

“Em 2017, a área com trigo deve se reduzir, justamente devido à baixa liquidez que prevalece na comercialização e também ao fato de que os preços de venda não cobrem nem mesmo os custos operacionais agrícolas – e muito menos os custos fixos”, mostra o estudo.

Importação

Segundo os pesquisadores do Cepea, considerando o consumo de trigo relativamente estável no Brasil e a colheita recorde de 6,726 milhões de toneladas no ano passado, havia uma expectativa de que possível diminuição no volume a ser importado no correr deste ano-safra (agosto/16 a julho/17), o que não se confirmou. Nos oito primeiros meses da temporada atual, as importações somam 5,16 milhões de toneladas de trigo, 46% superior ao mesmo período da safra anterior.

Somente em março, as importações cresceram 22% ante fevereiro, somando 588,12 mil toneladas. Mas foram 7% inferiores às de março de 201616.

Já as exportações diminuíram 40% de fevereiro para março, para 125,63 mil toneladas. No acumulado, foram exportadas 526,7 mil toneladas, 43% abaixo do volume embarcado no mesmo período da temporada anterior, ainda segundo do governo.