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Multas por desmatamento no Paraná somam R$ 10,7 milhões em 2016
Entre janeiro e setembro de 2016, fiscais do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) aplicaram R$ 10,7 milhões em multas por desmatamento ilegal em todo estado.
As áreas desmatadas irregularmente no território paranaense encontradas somente neste período equivalem a pouco mais de 1.041 campos de futebol.
As multas são resultados de uma força-tarefa organizada pelo IAP. Foram lavrados 887 autos de infração, 15% a mais do que no mesmo período de 2015.
A região com mais registros de desmatamento nesses meses de fiscalização foi a centro-sul. “Nessa área, com exceção do litoral, há maior concentração de florestas e a cultura do desmatamento ainda está presente. Os dados mostram que precisamos trabalhar ainda mais nesses locais”, afirmou o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto.
O Escritório Regional do Instituto que mais encontrou desmate ilegal foi o de Guarapuava – uma área de 165 hectares, que resultou em 79 autos de infração ambiental, totalizando R$ 1,5 milhão em multas. Já o regional de Curitiba localizou 112 hectares desmatados irregularmente e aplicou 97 autos de infração, com R$ 1,4 milhão em multas.
Na sequência estão o escritório regional de União da Vitória – com 95 hectares de área desmatada, 61 infrações e R$ 934,6 mil em multas – e o de Irati, que aplicou 73 multas por 93 hectares desmantados, somando em torno de R$ 1 milhão em função das infrações.
A fiscalização contra o desmatamento ilegal feita pelos órgãos de controle ambiental garantem a continuidade e a proteção da área de Mata Atlântica mais bem preservada do Brasil, que fica no Litoral do Paraná. Por isso, o Escritório Regional de Paranaguá – que atende a região – foi o que mais emitiu autos de infração por desmatamento nesse período de força-tarefa. Foram aplicados 100 autos de infração, que somam R$ 609,3 mil em multas, pelo desmatamento irregular de 28,73 hectares.
Para proteger a araucária, árvore símbolo do Paraná e espécie nativa ameaçada de extinção, o IAP deixou de emitir novas autorizações florestais para desmate de vegetação nativa, desde julho. Porém, entre janeiro e setembro, os fiscais constataram a derrubada ilegal de 2 mil araucárias. A maior parte delas foi encontrada pelos fiscais do IAP do Escritório Regional de Guarapuava, onde se concentra a maior parte de florestas de araucárias do Paraná.
A força-tarefa para combater o desmatamento ilegal envolveu o uso de imagens de satélite, histórico de autos de infrações de anos anteriores e autorizações florestais emitidas. As ações em campo iniciaram em julho e se estenderão até quando o IAP julgar necessário.
Como resultado desse planejamento, os fiscais do Instituto encontraram em todo o Paraná 1.041 hectares de área desmatada irregularmente e aplicaram R$ 10,7 milhões em multas.
O diretor de Proteção e Emergências Ambientais, José Antonio Faria de Brito, explica que, com esse planejamento, as equipes de fiscalização já saem do escritório com dados e informações sobre os locais de desmatamento, o que tem facilitado no processo de autuação dos infratores.
“Muitos autuados ainda precisam comparecer aos escritórios regionais para prestar esclarecimentos e apresentar documentações para lavratura do auto de infração, mas o fiscal já sabe, por exemplo, se a área em questão já obteve alguma autorização florestal ou não”, explica
Quem pratica o desmatamento ilegal pode ser multado em até R$ 10 mil por hectare, ou fração, e ainda responder a processo por Crime Ambiental.
No caso do corte da araucária, o valor do auto é de R$ 500,00 por árvore derrubada, além daquela referente à área que sofreu desmatamento ilegal. Se o desmatamento ocorrer dentro de Áreas de Preservação Permanente (APP) o valor da multa pode variar de R$ 5 mil a R$ 50 mil por hectare ou fração de vegetação atingida.
Os métodos utilizados para o desmatamento irregular podem elevar o valor da multa, como o uso de fogo e a supressão de espécies ameaçadas de extinção. Além disso, a área desmatada deve ser recuperada e passa a ser embargada para demais atividades.
Se houver reincidência, isto é, quando o infrator já foi autuado ou respondeu criminalmente por desmatamento, o auto de infração poderá ser ainda maior e até triplicar o valor da multa administrativa.
Em 2016, o IAP doou 1,1 milhão de mudas de diversas espécies nativas para cerca de 1,3 mil pessoas e empresas restaurarem áreas degradas em suas propriedades. “Não adianta tratamos apenas do desmatamento sem cuidar da preservação daquelas áreas em que ainda há mata e, também, exigir o reflorestamento de outras áreas que foram desmatadas ou que podem receber um reflorestamento de um empreendimento próximo que também impacta no local”, explica o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto.
Um dos maiores projetos de reflorestamento orientados pelo IAP é o projeto Puma, da Klabin, em Ortigueira, e o da Usina Hidrelétrica de Mauá, da Copel, em Telêmaco Borba. Para o Puma, o reflorestamento de 139,32 hectares garante o plantio de 235 mil mudas de 62 espécies nativas diferentes.
Já no entorno da Usina Hidrelétrica de Mauá, a Copel, em parceira com o IAP, faz o plantio de 254 mil mudas, de 58 espécies diferentes, em 152,48 hectares.
Para adquirir mudas nativas, basta entrar no site do IAP e clicar no ícone “Requerimento de Mudas” ou diretamente no site e fazer o cadastramento.
Após preencher e enviar os dados, os requerimentos passam pela analise do IAP. Depois da aprovação do pedido, o requerente recebe um e-mail informando o viveiro que irá atendê-lo. O solicitante deve imprimir duas guias do requerimento e levá-las até o viveiro para retirar as mudas.