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Cientista da UEPG ganha destaque por conseguir medida mais precisa do Sol
A repercussão do estudo que calculou o diâmetro solar com a maior precisão da história colocou em evidência o trabalho desenvolvido pelo professor e cientista Marcelo Emílio, diretor do Observatório Astronômico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Em colaboração com pesquisadores das universidades norte-americanas de Stanford e do Havaí, Emilio descobriu que o diâmetro solar é 700 quilômetros maior do que se imaginava até agora. O grupo mantém os estudos para chegar a uma medição ainda mais precisa.
Os estudos do brasileiro demonstraram que o diâmetro do sol é de 1.392.684 quilômetros. O cálculo foi feito a partir de imagens da passagem do planeta Mercúrio em frente ao Sol, nos dias 7 de maio de 2003 e 8 de novembro de 2006. Os cientistas utilizaram imagens feitas por um satélite da agência especial norte-americana, a Nasa. A margem de erro do cálculo é de apenas 130 quilômetros.
Agora, o grupo pretende aperfeiçoar a medição com base em medidas do trânsito de Vênus, a partir de imagens feitas pelo satélite SDO (Observatório Solar Dinâmico), da Nasa, no início de junho.
Emilio explica que o registro de diferentes etapas de estudo é importante porque a eventual variação do diâmetro do Sol, por exemplo, implica em um reservatório de energia ainda desconhecido. Segundo ele, o Sol não pode variar seu diâmetro independentemente da sua luminosidade e temperatura, pois essas variáveis estão correlacionadas. “Variações no diâmetro, luminosidade e temperatura do Sol têm consequências diretas na vida da Terra”, diz. “Não podemos nos esquecer que nos alimentamos do Sol indiretamente.”
Ele explica que o ciclo da cadeia alimentar começa com a fotossíntese das plantas, utilizando a luz do Sol: “Então, para existir plantas, dependemos da energia do Sol. Animais herbívoros precisam das plantas e, em seguida na cadeia seguem os animais carnívoros. O que significa que mesmo as pequenas variações do Sol representam perigo para nossa sustentabilidade na Terra”.
Observatório
O Observatório Astronômico da UEPG é um laboratório associado do Instituto Nacional de Estudos do Espaço financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), além de outras FAPs. “A pesquisa astronômica do Brasil é de alta qualidade, mas a pesquisa espacial do país ainda carece de investimentos e de uma melhor política”, afirma Emílio.
O professor diz que há alguns projetos em andamento, mas os cientistas dependem de maiores investimentos para o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) e para a Agência Espacial Brasileira (AEB). Observa que, tanto o INPE como a AEB, precisam lançar editais e anúncios de oportunidades para as universidades brasileiras, a exemplo do que é feito pela Nasa (Agência Espacial Americana) e pela ESA (Agência Espacial Europeia).