Reunindo mais de 50 pessoas, entre pesquisadores, historiadores, professores e interessados em conhecer a história da comunidade experimental anarquista que se estabeleceu em Palmeira entre 1890 e 1894, o 3º Simpósio sobre a Colônia Cecília foi realizado no sábado (2), no Museu Sítio Minguinho, em Palmeira. Entre palestras e visitas, os participantes de cinco estados – Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo – envolveram-se em diversas atividades, que reforçaram a importância histórica e social da experiência que aconteceu em uma área próxima à localidade de Santa Bárbara, no interior do município, idealizada pelo botânico e agrônomo italiano Giovanni Rossi.

O evento foi promovido pelo Museu Sítio Minguinho, Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira e Núcleo de Pesquisas Marques da Costa (RJ), com apoio da Prefeitura de Palmeira. A programação teve quatro palestras, sendo a primeira do professor Robledo Mendes, pesquisador do Núcleo de Pesquisas Marques da Costa, que falou sobre ‘Utopia contadina: Colônia Cecília uma experiência libertária camponesa’; o diretor de redação do jornal Gazeta de Palmeira e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira, Rogério Lima foi o segundo palestrante do simpósio, apresentando a pesquisa ‘O anarquista Pimpão’, sobre a vida de Andrea Giuseppe Agottani; a palestra sobre “Trabalhadores, anarquismo e sindicalismo revolucionário no Brasil” foi apresentada por Rafael Viana da Silva, doutorando em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); por fim, o tema “A Colônia Cecília: construção de uma proposta para obtenção de chancela como paisagem cultural” foi abordado em palestra de Celso Perota, nascido em Palmeira e mestre em Antropologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), instituição na qual atua como professor. .

Os participantes do Simpósio fizeram visitas a diversos pontos da região, como a área onde a Colônia Cecília foi instalada, a igreja de Santa Bárbara, a casa construída pelo anarquista Pimpão e ao Memorial Anarquista, inaugurado no último dia 31 de março, em Santa Bárbara de Baixo. Também aconteceu visita ao Memorial da Colônia Cecília, um dos vários memoriais do Sítio Minguinho, seguida de visita à Casa da Videira, onde os participantes assistiram à palestra sobre “As rachaduras do sistema como espaço libertário”, por Cláudio Oliver.

À noite, um jantar de confraternização, em sistema colaborativo, reuniu vários participantes do Simpósio, na última atividade do dia 2 de abril, dedicado à Colônia Cecília, porque foi em 2 de abril de 1890 que os primeiros imigrantes italianos que protagonizaram a Colônia Cecília chegaram a Palmeira.