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Fevereiro registrou temperatura 1,35°C acima da média histórica
O mês de fevereiro de 2016 foi o mais quente da história. A temperatura ficou 1,35°C acima da média já observada no planeta. Os dados foram informados no último sábado (12) pela Agência Espacial Norte-americana (Nasa, sigla em inglês), que rotulou o novo recorde como “chocante” e alertou para uma “emergência climática”.
Pesquisadores que em geral tentam adotar um tom sóbrio ao anunciar esses dados mostraram perplexidade. “Acho que mesmo o pessoal mais duro que trabalha com clima está olhando para esses dados e pensando: que diabos!”, afirmou David Carlson, diretor do Programa de Pesquisa Climática da Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas. “É alarmante. Temos realmente um planeta em mudanças, o que nos deixa nervosos sobre os impactos de longo prazo”, disse.
O mês de janeiro já tinha quebrado o recorde anterior, com 1,14°C acima da média, dando uma indicação de que a temperatura média de 2016 pode também ser anormalmente elevada. Os dois últimos anos tiveram uma sequência de recordes quebrados. A temperatura média global em 2015 foi 0,9°C mais alta que a média apresentada no século 20, superando em 0,16°C a temperatura de 2014, que também já tinha quebrado esse recorde, com 0,74°C a mais, segundo análise da Agência de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (Noaa).
Efeito estufa
A explicação é que planeta está aquecendo por causa das altas concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. O processo de mudanças climáticas foi agravado no ano passado pela presente de um forte El Niño, mas pesquisadores tanto da Nasa quanto da Noaa disseram que mesmo sem El Niño o recorde seria quebrado em 2015 por causa do aquecimento global.
O aquecimento sem precedentes da temperatura torna cada vez mais urgente a implementação imediata do Acordo de Paris, que estabeleceu cortes de emissões de gás carbônico e outros gases, como o metano, a partir de 2020 para que a temperatura média do planeta não aqueça além de 2°C, com esforços para que fique em no máximo 1,5°C. Já é sabido que as metas estabelecidas ali não são suficientes para conter o aquecimento a esses valores. No ritmo que está, será necessário ser muito mais ousado rapidamente.
Pesquisadores brasileiros alertam para o que pode acontecer no Brasil se a temperatura do planeta subir muito mais do que os tais 2°C. Chegando, por exemplo, a 4°C. Impactos serão pesados para a saúde, para a agricultura, a energia e a biodiversidade.