Trabalhadores de empresas do Distrito Industrial entraram em contato com a redação da Gazeta de Palmeira para descrever como “lixão a céu aberto” a situação de alguns terrenos. De acordo com as informações repassadas, vários caminhões transitam diariamente no local com a intenção de descarregar lixo e entulho em áreas ainda não ocupadas.

Um dos denunciantes relatou que já viu caminhões carregando pneus, colchões, lixo de vários tipos, entulhos de construção e outros materiais para despejar no local. “Está um criação de bichos no local onde o lixo é jogado. Quando o clima esquentar, com certeza o cheiro vai ser insuportável”, relatou.

A Gazeta de Palmeira foi até o Distrito Industrial e confirmou a situação. O que se vê no local são vários tipos de materiais, como pneus, metal, peças de veículos, eletrônicos, materiais e livros escolares, brinquedos, roupas, lixo residencial, batatas estragadas, entulhos de construções, entre outros.

No local também estavam dois homens. Um deles contou que possui uma carroça e que tinha algumas coisas para despejar, e como falaram para ele que era possível jogar no Distrito Industrial, o mesmo foi verificar se era verdade. “Me falaram que o povo está jogando lixo aqui, então vim conferir se dava mesmo para despejar. Mas não dá, isso não está certo”, afirmou o carroceiro.

O outro homem questionou: “de que adianta fazer campanha na cidade para combater o mosquito da dengue (aedes aegypti), se depois as pessoas vêm despejar o lixo aqui e isso vira um criadouro para os bichos?”.

O secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Palmeira, Luis Alfredo Slusarz, disse que foi informado sobre a situação na terça-feira (1º) e prontamente entrou em contato com a Secretaria de Obras. A mesma se disponibilizou a realizar uma força-tarefa e fazer a separação e destinação correta dos materiais depositados no local. O secretário também contou que frequentemente a Prefeitura tem que realizar ações de retirada de entulhos de locais irregulares

Slusarz relatou que, por ser uma área aberta no Distrito Industrial, fica difícil controlar quem vai até o local. “As pessoas geralmente vão até lá no período da noite e nos finais de semana e acabam realizando os depósitos irregulares”, comentou.

O secretário aproveitou a ocasião para informar que um projeto de lei foi encaminhado à Câmara Municipal e, caso seja aprovado, permitirá à Prefeitura fazer autuações dos cidadãos que depositarem lixo em locais irregulares, seja em praças, ruas ou em lotes. “Contamos com a ajuda da população, para que se conscientizem e não depositem lixo nesse local. Pedimos que todos deem a destinação correta ao mesmo, seja reciclável, entulho ou outros tipos”, disse o secretário.

Em uma das denúncias, a Gazeta de Palmeira foi informada que caminhões da própria Prefeitura de Palmeira realizam depósitos no Distrito Industrial. Slusarz relatou que realmente os caminhões vão até o local, mas apenas para depositar galhos de árvores. “Estamos fazendo um estoque de galhos lá. Temos parceria com a Casa da Videira para destinar esse material para eles, mas no momento eles estão com muitos galhos lá, então estamos estocando para posteriormente enviar para eles”, concluiu.

Doenças

Um dos fatores de risco do acúmulo de lixo, além de prejudicar o meio-ambiente, é a proliferação de vetores de doenças. O acúmulo de água parada nos pneus que estão jogados no local, por exemplo, pode auxiliar a reprodução do mosquito aedes aegypti, responsável por transmitir a dengue, chikungunya e zika vírus.

A preocupação fica maior ainda com a proximidade do outono, estação em que algumas pragas, como os roedores, tendem a proliferar-se com maior facilidade e transmitir doenças graves, como a leptospirose. Diversos são os fatores que contribuem para a proliferação, como o acúmulo de entulhos, vegetação alta e, também, as condições climáticas, com temperaturas oscilando, ainda elevadas, e chuvas constantes, características da estação.