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Notícia publicada quarta-feira 11 novembro 2015

Palestra sobre prevenção do Câncer de Próstata acontece na sexta

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A Secretaria de Saúde de Palmeira, em parceria com o Rotary Clube e a Casa da Amizade, realiza nesta sexta-feira (13), às 8h30, uma palestra de conscientização da prevenção do Câncer de Próstata com o médico urologista Bernardo Passos Sobreiro. A população masculina em geral é convidada para participar do evento que acontece na sede do Rotary.

A palestra faz parte do Novembro Azul, que tem o objetivo de alertar sobre os riscos da doença que prejudica homens com mais de 65 anos em 75% dos casos. Somente em 2014, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata atingiu 68 mil homens e foi o responsável por cerca de 14 mil óbitos.

De acordo com Sobreiro, ainda não se conhece fatores específicos que iniciem ou promovam a progressão do câncer de próstata. “Contudo existem evidências consideráveis que fatores genéticos e ambientais estão envolvidos. Trabalhos demonstraram que o câncer de próstata possui forte componente hereditário. Homens que possuem parente em primeiro grau com câncer de próstata apresentam duas vezes mais risco de desenvolver a doença. Quando dois parentes de primeiro grau têm diagnóstico de câncer de próstata esse risco é cinco vezes maior e quando três parentes em primeiro grau apresentam neoplasia maligna de próstata o risco é 11 vezes mais elevado”, explica.

Segundo o especialista, outro aspecto importante é que os pacientes com história familiar de câncer de próstata frequentemente desenvolvem a doença em uma idade mais precoce quando comparados aos demais indivíduos. “Estudos têm sido realizados com o objetivo de identificar genes envolvidos no aparecimento do câncer de próstata e os achados iniciais levam a crer que múltiplos genes podem estar relacionados. O papel da dieta no aparecimento do câncer pode ser evidenciado através de estudos de migração. Sabe-se, por exemplo, que japoneses e chineses que migram para os Estados Unidos apresentam risco mais elevado para o câncer de próstata”, diz.

Sobreiro comenta ainda que a mortalidade por câncer de próstata está associada ao consumo de gordura animal. “Acredita-se que o consumo de gordura animal eleva o risco para câncer de próstata por aumentar os níveis de andrógenos e a produção de radicais livres. Além disso, produtos do metabolismo de ácidos graxos podem ter efeito carcinogênico”, comenta.

Próstata

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozóides, liberado durante o ato sexual.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

Prevenção

Embora o câncer de próstata ocorra com maior frequência a partir dos 65 anos é importante que a rotina de prevenção seja iniciada com o urologista a partir dos 45 anos. “Caso o indivíduo tenha um parente em primeiro grau (pai, irmão) com câncer de próstata a rotina deve ser iniciada aos 40 anos. Uma avaliação prostática básica consiste de exame retal (toque) e dosagem do antígeno prostático específico (PSA) no sangue. Exames adicionais podem ser solicitados de acordo com cada caso. A rotina deve ser realizada anualmente”, explica o urologista.

Segundo ele, muitos pacientes perguntam se o exame de toque é realmente necessário. “Até o presente momento a medicina ainda não conseguiu desenvolver um método 100% eficaz e não invasivo para identificação precoce do câncer de próstata. Embora muitos homens ainda tenham receio, o exame de toque é rápido e indolor. Além disso, é extremamente útil para avaliar o tamanho da próstata e sua consistência detectando eventual presença de nódulos”, alerta.

Tratamento

O tratamento da doença depende da extensão do câncer que é definido pelo processo de estágios. Para os casos em que a doença está restrita a próstata existem três opções: cirurgia, que consiste da retirada da próstata e vesículas seminais, podendo ser realizada por via aberta, laparoscópica ou robótica; radioterapia externa e braquiterapia.

“Quando a doença é localmente avançada e não existem evidências de metástases o paciente pode ser submetido a cirurgia e radioterapia. Para os pacientes com metástases no momento do diagnóstico do câncer de próstata emprega-se o bloqueio hormonal que consiste na supressão da produção de hormônio masculino (testosterona)”, diz Bernardo Sobreiro.

Segundo o urologista,  o tratamento também pode ser realizado com cirurgias. “As principais complicações da cirurgia são a disfunção erétil que ocorre em graus variados e a incontinência urinária (observada em menor número de pacientes). Contudo, essas complicações são passíveis de tratamento com bons resultados. Após a cirurgia o paciente deverá realizar dosagens periódicas do antígeno prostático específico (PSA), para controle”, afirma.