Agrícola

Notícia publicada terça-feira 03 fevereiro 2015

Livro homenageia pioneiros do plantio direto no Show Rural

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Os pioneiros do sistema plantio direto (SPD) – técnica agrícola que surgiu no Paraná, nos anos 1970, e hoje está presente em aproximadamente 30 milhões de hectares no Brasil, quase metade da área plantada no país – foram os grandes homenageados do primeiro dia do 27º Show Rural Coopavel, na segunda-feira (2), em Cascavel. A Itaipu Binacional lançou na feira o livro “Plantio Direto: A tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira”. A obra narra a saga dos pioneiros Herbert Bartz, Franke Dijkstra, e Nonô Pereira.

Um dos pioneiros, oi “pais” do plantio direto no Brasil, Nonô Pereira, tem na sua propriedade em Palmeira, a Fazenda Agripastos, um verdadeiro laboratório, onde realizou experimentos dos mais variados de práticas a máquinas e implementos. No local, ele mantém um museu soobre o sistema que revolucionou a agricultura brasileira.

O lançamento foi no auditório principal do Show Rural e emocionou os homenageados. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, que assina o prefácio da obra, disse que os homenageados “mudaram radicalmente a nossa agricultura” e colocaram o Paraná no mapa do desenvolvimento tecnológico. “No início dos anos 1970, o Paraná estava sendo corroído pela erosão, que levava uma das nossas maiores riquezas, que é o solo. E o plantio direto é uma ferramenta extraordinária, criada por esses três heróis paranaenses, que revolucionou o Brasil e o mundo e que tem origem no nosso estado”, definiu.

Visionários

Nonô Pereira falou em nome dos homenageados e disse que o grande mérito dos pioneiros, 40 anos atrás, foi investir na divulgação da tecnologia, que inicialmente provocou estranhamento e sofreu resistência dos antigos agricultores. “Éramos chamados de visionários, poetas, filósofos e até de loucos. Mas as novas gerações aceitaram [a nova tecnologia] e o programa avançou”, disse.

Bartz acrescentou que, no início, ninguém acreditava que o plantio direto fosse assumir o vulto e a importância que tem hoje, no Brasil e no exterior. “Por isso, nos sentimos muito honrados. Formamos um trio e não teria sido possível imaginar todo esse sucesso sem a intensa afinidade e colaboração que tivemos um com o outro”, completou.

Dijkstra comentou sobre a desconfiança dos agricultores antigos com a novidade. “O grande problema é que todo mundo se orienta pelo conhecimento existente. Então você tem que quebrar paradigmas para chegar aonde chegamos”, ensinou.

Ainda segundo ele, a única certeza que os produtores tinham, quatro décadas atrás, para evitar o avanço da erosão e a perda de produtividade, era de que algo tinha que mudar na agricultura tradicional. “Do jeito que era, estávamos com os dias contados. Porque o solo é nosso maior patrimônio e temos de conservá-lo.”

Sobre o livro

Dividido em dez capítulos, o livro tem 144 páginas e foi publicado com o selo da Editora Parque Itaipu, da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), com apoio técnico da técnico da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (Febrapdp).

A obra teve a coordenação editorial de Paulino Motter e Herlon Goelzer de Almeida, assistentes da direção geral de Itaipu. A edição e o texto são do jornalista Dimitri Valle, com consultoria técnica de Ivo Mello. A tiragem inicial é de 2.300 exemplares, que serão distribuídos gratuitamente por Itaipu e parceiros.

Foto: Divulgação/Itaipu Binacional

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